Yoga e Trilhas

Para atravessar a senda do Yoga é preciso determinação e paciência.



Esta frase eu encontrei em um antigo texto chamado Caminho do prof. Marcos Rojo (Marcos Rojo é fundador do IEPY- Instituto de Ensino e Pesquisa do Yoga ) na antiga revista Yoga Journal, ed.042.

Peço permissão para transcreve-lo porque une dois assuntos que me são muito caros: Yoga e Trilhas.

O verdadeiro sentido de sadhana não é apenas percorrer o caminho, mas abrir a senda. Um não pode trilhar o caminho do outro, você terá que abrir e percorrer a sua própria trilha. O mestre pode mostrar a direção, mas é você quem vai abrir o seu caminho.

Se está no meio de uma mata bem fechada e quer seguir para determinada direção, terá que abrir a trilha com suas mãos ou com um facão. No começo não será fácil, teremos dúvidas se estamos na direção correta, por isso precisamos de uma orientação. Talvez demore muito para chegar ao seu destino final. 

Você pode abrir uma trilha até determinado ponto e depois voltar ao ponto de origem para dormir. No dia seguinte será mais fácil seguir pelo caminho que abriu e daí terá que desbravar um pouco mais. Cada vez que volta pela mesma trilha, fica mais fácil, mas o trecho novo será sempre um desafio.

Da mesma forma, cada um deve seguir sua senda no Yoga (sadhana). Um não pode praticar pelo outro. No começo é mais difícil, com a repetição fica mais fácil. Só que sempre queremos ir um pouco mais adiante e este novo trecho nos parecerá mais desafiador.




Assim que começamos a praticar uma técnica, parece improvável que ela dê algum resultado, mas com a repetição, ela vai mostrando seus efeitos. O problema é que nossa cultura está viciada em novidades. Sempre que volto da Índia, a primeira pergunta que me fazem é: “ Quais são as novidades? ”.
Trabalho normalmente com os asanas tradicionais e algumas variações. 

Uma vez, um aluno me deu um livro com 2 mil asanas. Tive a impressão de que ele queria dizer: “ Professor, o senhor precisa estudar um pouco mais, trabalha sempre com os mesmos asanas”. Achamos que o mais nove deve ser melhor e nem sempre isso é verdade, assim como não devemos pensar que só o tradicional é bom. 

Por isso o Yoga sobrevive há tantos anos – porque se adapta, não conflita com outros sistemas, apenas contribui.

Cada um deve fazer o seu caminho sem perder a direção. É importante repetir, trilhar o mesmo caminho várias vezes, buscar as diferenças no igual. A série pode ser a mesma todos os dias, mas você não é o mesmo.

Voltando para a nossa trilha, quanto mais caminhamos por ela, mais familiarizados ficamos, mais seguros nos sentimos. Mas, se deixar de percorrer este caminho por um tempo, a mata começará a se fechar e terá de reabrir.
Outra dificuldade é o fato de não sabermos se estamos no começo, no meio ou se falta muito, pois desconhecemos onde é o final. 




Temos que ter certeza da direção, mas temos de seguir sem pressa, pois a pressa é um “atrapalhador”, ela impede que você curta o caminho. Não importa quanto já percorremos, afinal “ uma caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo”.

E então, o que você achou deste texto? Para você qual é o significado do Yoga e das Trilhas? Como você segue o seu Caminho? Gostaríamos de ouvi-lo. 

Compartilhe conosco suas experiências neste assunto. 

Se gostou, curta, compartilhe com alguém que você sabe que gostaria de lê-lo!


Namastê!




Um comentário:

  1. O caminho/a série pode ser a mesma, mas você não é a mesma pessoa. Perfeito! Na yoga e na vida toda experiência é única se você está realmente presente, se você se entrega ao momento e se permite sentir e perceber as emoções que vão surgindo. Observar sem julgar, eis uma coisa importante! De maneira geral, a necessidade de estar no controle nos impede de sentir sem fazer um julgamento, e por isso parece mais fácil partir para algo novo, buscar fora o que só poderia ser encontrado na solidão e na perseverança. Acho que é isso. Grata pelo texto e pela oportunidade de reflexão. Namastê!

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